Algumas mulheres nunca imaginam um dia em ser mãe e para elas quando descobrem uma gravidez inesperada, seu mundo vira de cabeça para baixo.
No meu caso foi assim. Minha vida era voltada para meu trabalho e jamais imaginaria que um dia me tornaria mãe. E quando descobri que o meu primeiro bebê, meu menino, estava a caminho, quase surtei!
Ao passar dos dias, a barriga crescendo e fui me animando mais. Detalhe: nunca na vida tinha pegado um bebê recém-nascido no colo. Então só para vocês entenderem, eu não tinha noção do que fazer nem ao menos sabia trocar uma fralda.
Desafios e Descobertas: A Chave da Amamentação na Minha Jornada Materna
Nessa minha primeira gestação eu caí literalmente de “paraquedas” nesse mundo da maternidade. Já com a minha filha foi diferente. Durante o período que fiquei afastada, procurei conhecer, estudar e entender melhor o que mais tive de dificuldade com o meu primeiro para fazer diferente nessa segunda gestação.
Muitos falavam que eu tinha que preparar as mamas para amamentação, passar toalha áspera nos bicos ou bucha para “calejar” ele, expor as mamas ao sol ou lâmpadas quentes, sabe aquelas lâmpadas de antigamente mais amarelas? Isso tudo não é mais algo positivo como os mais antigos falavam, pelo contrário, só deixa a mama mais sensível. Como Dr. Carlos Gonzales fala: “O único preparo na gestação que a mulher deve ter é a informação”. E isso para mim fez a total diferença na segunda gestação.
Sou ligada no 220v e fui “obrigada”, pela médica, a parar um pouco, com risco da minha bebê nascer antes, e como sempre fui muito ativa, resolvi ocupar a cabeça e me aprofundar nos estudos dos temas mais falados e criticados por aqueles que não sabem da importância na amamentação. Assim me tornei consultora em aleitamento materno.
Muitos “pitacos” e julgamentos foram feitos por todos ao redor porque ficava tanto com a minha filha no colo, no peito, seu leite não está sustentando. Foram essas e outras barbaridades que continuei ouvindo durante os primeiros meses de vida da minha bebê e que com que aprendi nos cursos e livros entendi o melhor como realmente deve ser feito após o nascimento de um bebê e quanto a livre demanda, de modo geral, foi tão positiva e importante para o desenvolvimento da minha menina.
Exterogestação: Os Primeiros Seis Meses Fora da Barriga e a Importância do Vínculo Mãe-Bebê
Quando o bebê nasce, os seis primeiros meses aqui fora é o chamado de exterogestacão, ou seja, a gestação fora da barriga. O que isso significa? Nesses seis primeiros meses o bebê continua entendendo que está aqui fora, todo barulho, cheiro, temperatura é tudo novo para ele. A mãe é o ser mais ligado a ele nesse período, mesmo depois que o cordão umbilical é cortado esse vínculo é muito importante permanecer.
Para manter essa ligação, estar mais próximo da mãe é o melhor. Muitos criticam falando que se pegar muito no colo irá ficar “mimado”. Então falo para você: “Já se colocou no lugar desse bebê?”
O aconchego, colo, o contato pele a pele, o cheiro da mãe são coisas muito importante para o bebê se sentir seguro e o que, de fato, ele irá reconhecer com mais facilidade. Esse será o tema para outro artigo sobre a importância desses 1000 dias, da gestação ao nascimento e o porquê devemos tanto garantir a “Hora de Ouro” no nascimento, o contato pele a pele na primeira hora de vida. Aguardem!
Julgam muitas mães porque o bebê só fica no peito que nada mais é do a livre demanda que muitos não entendem e é o tema desse artigo que iremos aprofundar um pouco mais agora.
Início da Jornada: Amamentação e Rotina nos Primeiros Dias de Vida do Bebê
O bebê, ao nascer, passa a se alimentar pelo leite materno, ideal que seja exclusivo até os seis meses. Logo após o parto, o bebê ao vir para o colo da mãe após todo o processo do nascimento, ele vem querendo “sugar” e procurando o peito é instintivo. Nesse momento, a mãe começa a aprender com o seu bebê como amamentar e com ajuda do profissional disponível, começa a amamentar. O bebê no parto sai da barriga da mãe já procurando por ela, muitas vezes vai até o peito apenas se “arrastando” no corpo da mãe e sentido o cheiro, algo natural e tão lindo que jamais imaginaríamos.
A partir daí, a rotina será mamar, dormir e trocar fralda. O bebê nos primeiros dias tem a tendência de dormir mais, então é importante avaliar se o bebê está mamando o suficiente.
Na livre demanda, a ideia é: bebê mamar sempre que quiser, mas fica um ponto de atenção aqui, a mãe deve avaliar se o bebê está realmente sugando e engolindo, sucção nutritiva ou apenas usando o peito para dormir, sucção não nutritiva.
A livre demanda é muito importante, mas deve ser avaliada a cada mamada e ser uma livre demanda inteligente. Para isso é importante avaliar o ganho de peso do bebê, quantidades de fraldas trocadas no dia, se o bebê não fica irritado ou choroso durante e depois das mamadas. A livre demanda nada mais é atender a necessidade do bebê a hora que ele quiser.
Aconselho nos primeiros dias de vida, nos períodos noturnos, muitos bebês acabam não acordando para mamar, mas é importante ser acordado para ajudar no ganho de peso que nesses primeiros dias é essencial para repor o que perdeu durante o parto e o corpo da mãe entender quanto de leite ele precisa produzir conforme a necessidade do bebê.
Desmistificando Mitos: A Livre Demanda e os Cuidados Maternos sem Regras Fixas
Não estipular regras, horários. “A cada três horas meu bebê vai mamar”; “Pode deixar ele chorando que ele vai se acalmar”; “Não faz bem seu bebê ficar no peito chupeitando”; essas e outras loucuras tenho ouvido de mães falando que foi orientada a fazer. Aprendi demais com meus dois filhos e falo com toda propriedade, seja por ser mãe ou nutricionista, os bebês sabem além do que imaginamos e nossa insegurança transmite para eles.
É importante a mãe entender o porquê o seu bebê está chorando, porque nem sempre é fome. Às vezes o bebê precisa ser trocado ou está com algum desconforto gastrointestinal, as famosas cólicas, ou até mesmo está inseguro com algum ambiente, ou barulho e quer ficar com a mãe. Isso é muito importante para que uma mãe de primeira viagem entenda que nem sempre é fome.
A livre demanda é algo muito importante para o bebê desde o início da vida, mas a mãe deve entender que ela precisa também descansar, se alimentar, tomar um banho e cuidar dela mesma sempre que possível. Por isso que reforço a importância durante o período da gestação criar sua rede de apoio e mostrar a importância da amamentação.
Quando for fazer seu acompanhamento gestacional, peça para sua rede de apoio, marido, mãe, cuidadores estejam com você para saber. E lembre-se, além dos cuidados com o bebê, nunca esqueça que se você não estiver bem, seu bebê sentirá. Tenha uma amamentação em livre demanda leve e tranquila.
